O Tietê que ninguém conhece

S.O.S. Rio Tietê

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Rio Tietê

Rio Tietê é um rio brasileiro do estado de São Paulo. É conhecido nacionalmente por atravessar, em seus 1 010 km, praticamente todo estado de São Paulo de leste a oeste, marcando a geografia urbana da maior cidade do país, a capital paulista. Ao contrário de outros rios, o Tietê se volta para o interior e não corre para o oceano, característica que o tornou um importante instrumento na colonização do país.



Nasce em Salesópolis na serra do Mar, a 1 120 metros de altitude. Apesar de estar a apenas 22 quilômetros do litoral, as escarpas da serra do Mar obrigam-no a caminhar em sentido inverso, rumo ao interior, atravessando o estado de São Paulo de sudeste a noroeste até desaguar no lago formado pela barragem de Jupiá, no rio Paraná, entre os municípios de Itapura (São Paulo) e Castilho (São Paulo), cerca de cinquenta quilômetros a jusante da cidade de Pereira Barreto.

O nome "Tietê" foi registrado pela primeira vez em um mapa no ano de 1748 no mapa D'Anvile . O hidrônimo é de origem tupi e significa "água verdadeira", com a da junção dos termos ti ("água") e eté ("verdadeiro").




As nascentes ficam no Parque Nascentes do Rio Tietê, que se situa no município de Salesópolis. São cerca de 134 hectares, dos quais 9,6 já estão sob controle ambiental, protegendo as diversas nascentes que irão formar o mais importante rio do estado de São Paulo.

Localiza-se no bairro da Pedra Rajada, a dezessete quilômetros do centro de Salesópolis, junto a divisa com o município de Paraibuna. O acesso se dá pela SP-88 (Estrada das Pitas), onde se acessa uma estrada vicinal de seis quilômetros em terra batida que leva à nascente.

Inicialmente nas mãos de particulares, teve sua flora original destruída. Tombado pelo estado, sua área foi recuperada, apresentando, agora, floresta secundária. As nascentes surgem entre rochas que ladeiam um minúsculo lago. A água brota em três diferentes pontos e o lago é povoado por pequenos peixes, os guarus.

Logo a poucos metros de sua nascente, um vertedouro permite medir o volume de água gerado pelo lençol freático. Destaca-se o elevado fluxo de água produzido pela nascente. Um mural no local fornece alguns dados da nascente do rio Tietê. Na data indicada, verifica-se que as nascentes produziram mais de três metros cúbicos (1m³= 1.000 litros) de água por hora. Ao longo do seu trecho inicial, o Rio Tietê recebe a contribuição de vários lençóis freáticos, tornando-se um córrego de elevado volume de água no pequeno trajeto que percorreu.

Ainda dentro do município de Salesópolis, existe uma das primeiras hidrelétricas construídas no Brasil, que é a atual Usina Parque de Salesópolis. Construída em 1912 pela antiga Light, gerava energia a partir de uma queda de 72 metros de altura do Rio Tietê. O parque está aberto para visitação pública, sendo que há um museu junto à usina. Em março de 2008, foi retomada a produção de energia elétrica. Destacam-se os maquinários antigos lá instalados.

Retificação e Decadência

Nas primeiras décadas do século XX, desenvolveu-se o mito “São Paulo não pode parar”. Este processo de ocupação territorial e de industrialização ocorreu de forma “caótica”, não levando em consideração a sustentabilidade da cidade e sua qualidade de vida. O meio ambiente acabou sofrendo as marcas deixadas por esse “progresso”, com a ocupação de vales e escarpas, contribuindo para a impermeabilização dos terrenos.



A preocupação com a retificação do Tietê é bem antiga. Em 1866, o então presidente da Província de São Paulo, João Alfredo Correia de Oliveira, afirmava sua necessidade, a fim de utilizar os terreno das várzeas do Tamanduateí e do Tietê.

No final do século XIX a administração pública encarregou-se da organização de uma Comissão de Saneamento que estabeleceu o Tietê como responsável pelas cheias. Já na década de 20, surgiu a Companhia de Melhoramentos de São Paulo que reuniu sanitaristas e engenheiros que defenderam a necessidade de retificação do curso sinuoso do rio, além do desassoreamento de seu leito. No comando dos trabalhos estava o engenheiro sanitarista Francisco Rodrigues Saturnino de Brito, autor de diversos estudos sobre o Tietê.

Em relatório publicado no ano de 1926, Saturnino previa a preservação das áreas alagadas, as chamadas “coroas”, como recurso natural para ajudar na contenção das enchentes e servir de referência dentro da paisagem do parque fluvial urbano por ele imaginado para São Paulo. O seu projeto visualizava um grande parque metropolitano que seria a faixa do leito maior, preservado como várzea ao longo do rio para as grandes vazões do Tietê na época das cheias. Na foz de cada afluente deveria ser preservada uma área para constituir um lago. Assim, se formariam dois lagos, de 3 km de extensão por 1 km de largura, com uma ilha no meio.

Saturnino apontava as necessidades de preservação dos rios Tietê, Pinheiros e Guarapiranga como indispensáveis ao abastecimento de água não só na Capital como de grande parte do interior do estado. Previa, ainda, a construção de um emissário na Serra do Mar para o tratamento do esgoto em lagoas litorâneas.



O projeto de Saturnino de Brito foi descartado pela administração seguinte que preferiu implantar o “Plano de Avenidas”, elaborado pelo engenheiro - mais tarde prefeito de São Paulo, Francisco Prestes Maia, coordenador da Comissão de Melhoramentos do Rio Tietê. Essa comissão cuidou ainda do aproveitamento da várzea, projetando a construção de duas extensas avenidas marginais e de 20 pontes de concreto armado, permitindo, com isso, sua ocupação por loteamentos e logradouros públicos, além da instalação de um grande terminal ferroviário que centralizaria as comunicações com a Capital.

A várzea do Tietê não foi mantida, fez-se a canalização, e o rio sofreu com a instalação de empresas ao longo de suas margens. Assim, o processo de destruição da paisagem natural se baseou na ocupação do seu leito maior e no confinamento de suas águas em estreitos canais retificados. A ideia era construir uma avenida paralela ao canal do rio, uma rodovia urbana.

A opção escolhida foi intensificar a velocidade de vazão das águas, aumentando a declividade com a retificação do rio; e, depois, aterrar o máximo possível o antigo leito maior (as várzeas), a fim de , posteriormente, depois lotear e vender áreas públicas.



O Tietê foi, assim, progressivamente sufocado pelo suposto “progresso” com a ocupação de suas várzeas, ocupação territorial, demográfica e industrial, sem controle. Os loteamentos se sucederam sem respeitar uma lógica ordenadora da cidade, mas levando-se em consideração apenas os interesses econômicos.

A partir daí, o rio caracterizou-se por problemas, os mais famosos: enchentes e poluição. As enchentes sempre foram constantes. O Tietê invadia suas várzeas e formava depósitos de moscas e pernilongos. Ocorreram enchentes históricas como a catastrófica de 1929 e, sucessivamente, os paulistanos sofrem com as cheias principalmente pela intensa urbanização que reduziu a área de absorção das chuvas, e por muitos planejadores terem desprezado a distribuição lógica das áreas de contenção das águas fluviais.

No que se refere à poluição do rio, embora hajam considerações a respeito já no século XVII, sobre exploração de ouro, o problema se agravou com o processo de industrialização. A cidade cresceu de forma desorganizada, sendo descarregados os esgotos industriais e ocupadas as suas várzeas. Nos anos 40 e 50 a situação fica ainda pior, quando o prefeito Adhemar de Barros resolveu interligar as redes de esgoto sanitários da cidade, fazendo-as desembocarem no Tietê.

No início dos anos 80 já era um rio imundo e mal cheiroso. Os biólogos assinalam que o Tietê foi submetido a dois processos: poluição e contaminação. Quem contribui para a poluição? Esgotos industriais, mas também a população principalmente utilizando o rio como depósito de todo tipo de coisa.

Retificação e Decadência = Rio Tietê

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Clubes do Tietê



O lazer combinava-se com a prática da pescaria e dos esportes aquáticos. Suas margens, acima de tudo eram um espaço de festa: piqueniques, partidas de futebol, serenatas, pescarias, esportes náuticos, como provas de remo e de natação. Situados junto à Ponte Grande, foram surgindo diversos clubes de regatas, atraídos pela beleza do local. Possuíam portões para embarque e desembarque em canoas, piscinas naturais e “cochos”, cercadinhos de madeira feitos dentro do próprio rio, perto da margem, nos quais instrutores dos clubes ensinavam crianças e adultos a nadar.



O Clube Esperia foi inaugurado em 1º de novembro de 1899, por um grupo de 7 jovens italianos que freqüentaram a região da Ponte Grande, com a denominação de Societá Italiana di Canottieri – Club Esperia. Foi levantado na “Chácara da Floresta”, na margem esquerda do Tietê, oposta à atual localização; em 1903 ocorreu a mudança do clube para a outra margem, onde se encontra até hoje.

Ainda no ano  de 1903 assiste-se à fundação da União Paulista dos Clubes de Remo, que em 1907 passou a se chamar Federação Paulista das Sociedades de Remo (FPSR), e em 1936 adotou o nome de Federação Paulista de Remo.

O Clube de Regatas Tietê foi inaugurado em 6 de junho de 1907 por remadores e imigrantes portugueses. Em 29/09/1908, tornou- se a primeira associação de remo paulista a vencer uma prova no Rio de Janeiro. Em 25/01/1942, o Clube instituiu a Prova Clássica Fundação da Cidade de São Paulo, em comemoração à inauguração da Ponte das Bandeiras.


Outros clubes foram fundados às margens do Tietê, como o Sport Club Corinthians Paulista em 10/09/1910, que tem um par de remos em seu escudo, lembrando a origem ligada ao rio; ou o Clube Esportivo da Penha, em 25/12/1935.

Com a construção das vias marginais, dos anos 40 até os 60, a harmonia existente entre os clubes e Tietê foi progressivamente destruída. O alto índice de poluição obrigou os clubes de remo a abandonarem as competições no rio. Este processo fez com que a cidade perdesse “o seu mais importante recurso natural”. As provas de remo foram transferidas para a Raia Olímpica de Remo da Universidade de São Paulo.



Ponte das Bandeiras: Inaugurada em 25 de janeiro de 1942, com uma solenidade que reuniu um desfile de 200 barcos de todos os clubes de remo da capital e de outras cidades, além de uma regata e ater o presidente Getúlio Vagas. A Ponte das Bandeiras foi construída em substituição à Ponte Grande, demolida anos antes.

A margem esquerda do rio, no trecho próximo à ponte, era uma área dominada por chácaras. Na chácara do General Couto de Magalhães estavam instalados um observatório astronômico e o Museu Indígena.



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Histórico do Rio Tietê

O rio Tietê nasce a uma altitude de 1.030 metros da Serra do Mar, no município paulista de Salesópolis, a 22 km do oceano Atlântico e a 96 km da Capital. Ao contrário de outros rios, ele subverte a natureza: como não consegue vencer os picos rochosos rumo ao litoral, em vez de buscar o mar - como a maior parte dos rios que corre para o mar – o Tietê atravessa a Região Metropolitana de São Paulo e segue para o interior do Estado, desaguando posteriormente no rio Paraná, num percurso de quase 1.100 km.


A nascente do Tietê, apesar de encontrada num passado recente, possui importância histórica e econômica diretamente relacionada às conquistas territoriais, realizadas pelos Bandeirantes que desbravavam os sertões, fundando povoados e cidades ao longo de suas margens.



O rio Tietê percorre 1.100 quilômetros, até o município de Itapura, em sua foz no rio Paraná, na divisa com o Mato Grosso do Sul. Banha 62 municípios ribeirinhos e sua bacia compreende seis sub-bacias hidrográficas: Alto Tietê, onde está inserida a Região Metropolitana de São Paulo; Piracicaba; Sorocaba/Médio Tietê; Tietê/Jacaré; Tietê/Batalha e Baixo Tietê.



O lançamento de esgotos industriais inicia-se a 45 km da nascente na cidade de Mogi das Cruzes. Na zona metropolitana o rio encontra o mais complexo urbano-industrial do país, e conhece um de seus trechos mais poluídos, a foz do Tamanduateí.

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IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

A água é importante?

Declaração dos Direitos da Água

A presente Declaração da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos, todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta declaração constantemente presente no espírito, se esforcem, através da educação e do ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e assumir, com medidas progressivas, de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento efetivo.
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada religião, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 3º da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores, ela é sobretudo um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem com as gerações presentes e futuras.
Art.6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada, nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Água - Questões de Sobrevivência

Nada é mais abundante do que a água. Por isso, é difícil imaginar que sua escassez possa causar mortes, conflitos internacionais, ameaças a sobrevivência de animais e plantas e comprometer alguns setores da economia. Entretanto, tal cenário é cada vez mais recorrente. Apenas um quarto da humanidade terá água para as suas necessidades mínimas em 2025. A estimativa  é da ONU, que considera os recursos hídricos uma de suas preocupações prioritárias.

Em algumas partes do planeta, a crise já começou. Nos 40 países mais secos, a maioria  deles na Ásia e na África, um cidadão tem direito a, no máximo, oito litros de água por dia. É muito pouco. Pelos cálculos da ONU, um indivíduo adulto precisa de algo em torno de 50 litros diários para viver, ou seja, para ingestão, preparo de alimentos, diluição de esgotos e higiene pessoal. O cálculo não inclui dezenas de milhares de litros gastos na agricultura, na pecuária ou na indústria.
Como já declarou Koichiro Matsuura, diretor geral da Unesco, órgão da ONU que coordenou um dos maiores estudos já realizados sobre a situação da água no mundo, nenhuma região será poupada do impacto dessa crise que afeta todos os aspectos da vida, da saúde das crianças à capacidade das nações de providenciar comida.
De fato, no mundo moderno, é mais fácil morrer por falta de água, ou de saneamento do que de Aids, tuberculose ou doenças infantis, como o sarampo. Pelo menos 6 mil pessoas, na sua maioria crianças expostas à água não potável, morreram a cada dia em decorrência de diarréias que culminam em desidratação fatal. Isso sem contar outras doenças de origem hídrica, como a malária e a esquistossomose, transmitidas respectivamente por mosquitos e caramujos que proliferam na água.
A degradação da água não compromete apenas a qualidade de vida humana. Ela também põe em risco a sobrevivência de inúmeras espécies animais e vegetais. Pelo menos 20% das cerca de 10 mil espécies de peixes de água doce, estão ameaçadas ou em vias de desaparecer. De acordo com a FAO, 69% dos estoques pesqueiros marinhos estão totalmente explorados, expostos à sobrepesca, degradados ou em lenta recuperação.
Animais terrestes enfrentam declínio similar. Aproximadamente 24% dos mamíferos e 12% das aves estão na lista de espécies que correm risco de extinção. Um dos principais motivos é que eles já não encontram as condições mínimas para sobreviver e se reproduzir devido à destruição de seus hábitats, aí incluídos lagos, rios e mares.

A origem da crise

Inúmeros fatores contribuíram para tornar rara uma substância tão essencial e, até recentemente, presente em quase todos os lugares. Os principais são o crescimento populacional, a poluição por falta de saneamento, o desmatamento, a construção de hidrelétricas - capazes de mudar o curso original dos rios - o desperdício e as mudanças climáticas que fazem chover onde já é úmido, enquanto aumenta a seca dos desertos.

2,4 bebês por segundo

A humanidade levou milhões de ano para chegar ao contingente de 1 bilhão de indivíduos, fato ocorrido em 1830. Menos de um século depois, em 1927, chegou ao seu segundo bilhão. O terceiro bilhão veio em 33 anos e o quarto chegou em 1974, apenas 14 anos depois. Desde então, o planeta ganhou 2,1 bilhões, chegando aos atuais 6,1 bilhões. E a metade dessa multidão vive com menos de dois dólares diários.
O ritmo dessa expansão preocupa os estudiosos do assunto desde 1798, quando o economista britânico Thomas Malthus (1766-1834) previu que o crescimento populacional acabaria por suplantar o ritmo de ampliação da oferta de alimentos e água. Desde então, muito  têm tentado calcular qual a população máxima que o planeta pode suportar. Os mais pessimistas chegam a falar num limite máximo de 2 bilhões de pessoas  - quase um terço da atual - caso o mundo inteiro adotasse os altos padrões de consumo dos norte-americanos e dos países europeus mais ricos.
Essa população exerce uma pressão sobre os mananciais de água doce e também sobre os oceanos. Isto porque pelo menos a metade dos habitantes do planeta vive numa faixa costeira que se estende até 200 quilômetros rumo ao interior. A boa notícia é que o ritmo de crescimento populacional está caindo na maior parte do planeta. Nos países em desenvolvimento, onde o Brasil se inclui, a média de filhos de uma mulher é um pouco inferior a três - aproximadamente a metade da taxa de fertilidade registrada no fim dos anos 1960. Hoje, o planeta ganha 78 milhões de habitantes por ano, bem menos que os 90 milhões do começo da década de 1990.

Um rio chamado esgoto

Nos países pobres, as principais cidades são banhadas por rios que mais parecem esgotos a céu aberto. A mistura de efluentes agrícolas, industriais e residenciais inclui matéria orgânica, metais pesados e outros resíduos químicos que, na falta de coleta e tratamento adequados, acabam sendo arrastados para os cursos d'água. Isto é especialmente grave em regiões que fazem baixos investimentos em saneamento básico - de modo geral  é que ocorre nos países em desenvolvimento.
A quantidade de resíduos sólidos que bóia nos rios asiáticos quadriplicou desde o fim dos anos 1970 - e chega a ser 20 vezes maior que a sujeira dos rios de países ricos. A América Latina não fica muito atrás. Só 2% de todo o esgoto produzido no subcontinente passa por algum tipo de tratamento. Em suma: os mananciais do mundo recebem nada menos que 2 milhões de toneladas de esgotos os dias.
Os lençóis freáticos, que pareceriam mais protegidos por fluir no subsolo, também estão com freqüência contaminados. As águas subterrâneas de Mérida, no México, estão tão degradados por esgotos e pela sujeira do solo arrastada pelas chuvas que já ameaçam contaminar os poços que abastecem a cidade. O mesmo ocorre no Siri Lanka e em várias cidades indianas. Jacarta, a capital da Indonésia, que tem quase 1 milhão de fossas sépticas, segue pelo mesmo caminho.
Os oceanos, apesar da abundância de suas águas, também enfrentam problemas similares, associados a derramamentos de petróleo, ao despejo de esgotos por emissários submarinos e ao escoamento de contaminantes presentes na costa. Pelo menos metade das áreas costeiras do planeta enfrenta pressões ambientais entre moderadas e extremas, devido ao crescimento populacional e aos projetos de desenvolvimento. Um exemplo é o ocorrido na Grande Tóquio, que, com seus quase 26,4 milhões de habitantes, é maior aglomeração humana do mundo. A necessidade de abrigar tal multidão - quase um quarto da população japonesa - impôs o avanço das construções sobre as praias da baía de Tóquio, que virtualmente desaparecem.

O assoreamento poderá extinguir e estagnar os nossos rios?

Está cada vez mais comum vermos inúmeros artigos alarmistas sobre assoreamento e os males que ele causa. Muito do que se escreve sobre o assunto é, realmente, preocupante e deve ser olhado com cuidado por todos. No entanto a indústria de notícias  pseudo-científicas é grande e são freqüentes os absurdos propalados como dogmas de fé.  Um deles se destaca pela freqüência com que é repetido:

O assoreamento irá matar e estagnar os nossos rios.

De tanto ouvirmos as mais desencontradas notícias sobre o assoreamento como a grifada acima, resolvemos escrever algumas linhas sobre o assunto desmistificando alguns dos pilares desta indústria do alarmismo que infesta a mídia e a cabeça de muitas pessoas que nela acreditam piamente.

O que é assoreamento?  Os processos erosivos, causados pelas águas, ventos e processos químicos, antrópicos e físicos, desagregam os solos e rochas formando sedimentos que serão transportados. O depósito destes sedimentos constitui o fenômeno do assoreamento.

O assoreamento é um fenômeno moderno? De forma nenhuma. O processo é tão velho quanto a nossa terra. Nestes bilhões de anos os sedimentos foram transportados nas direções dos mares, assoreando  os rios e seus canais, formando extensas planícies aluvionares, deltas e preenchendo o fundo dos oceanos. Incontáveis bilhões de metros cúbicos de sedimentos foram transportados e depositados.

Se este processo fosse filmado e o filme, destes bilhões de anos, condensado em poucas horas  nós veríamos um planeta vivo, em constante mutação, onde as montanhas nascem e são erodidas tendo o seu material transportado para os mares que são completamente assoreados por sedimentos que serão comprimidos e se transformarão, por força da pressão e temperatura em rochas que irão formar outras montanhas que serão erodidas ... e o ciclo se repete.

Enquanto a terra for quente estes ciclos irão se repetir com ou sem a influência do homem. A medida que o nosso planeta esfriar e as montanhas erodidas não forem substituídas por novas aí sim teremos o fim da erosão e, naturalmente do assoreamento.

O Homem está acelerando o assoreamento? Sim. Infelizmente o Homem através do desmatamento e das emissões gasosas contribui para o processo  erosional o que acelera o assoreamento como pode ser visto nas imagens acima. Mas qualquer fenômeno natural como vulcões, furacões, maremotos e terremotos pode, em poucas horas, causar estragos muito maiores do que aqueles causados pela influência do homem.

Mesmo em vista destes fatos não devemos minimizar a influência do Homem no processo.

Afinal o assoreamento pode estagnar um rio? Não. O assoreamento pode afetar a navegabilidade dos rios obrigando a dragagens e outros atos corretivos, mas, enquanto existirem chuvas a água irá continuar, inexoravelmente, correndo em direção ao mar, vencendo, nos seus caminhos todas as barreiras que o homem ou a própria natureza colocar.

A natureza mostra que é praticamente impossível represar as águas mesmo em situações drásticas como a formação de uma montanha. Um exemplo clássico é o do Rio Amazonas. A centenas de milhões de anos as águas onde hoje é a Bacia do Amazonas corriam para Oeste. Com o soerguimento da cordilheira dos Andes estas águas foram, a princípio impedidas de fluir naquela direção, mas com o tempo mudaram de sentido correndo para Leste, transportando imensos volumes de sedimentos que se depositaram (assoreando) no gigantesco vale tipo "rift" que hoje é chamado de Bacia do Amazonas. Nem por isso o nosso rio deixou de fluir.

Não há como dissociar um rio do seu sedimento. Um não existe sem o outro. O assoreamento poderá matar os lagos, mas nunca o rio que, enquanto houver o ciclo hidrológico,  continuará na sua incansável jornada em direção ao mar.

Fonte: geologo.com.br

O desmatamento

A vegetação que margeia rios e lagos, conhecida como mata ciliar ou mata de galeria, ajuda a segurar sua margens para que estas não desbarranquem. Quando tal vegetação é removida, o solo fica exposto à chuva e ao vento e, com freqüência, é arrastado para o corpo d'água. Este acúmulo de sedimentos no fundo de um rio é conhecido como assoreamento, um fenômeno  que faz com que o rio fique mais raso e com menor capacidade de escoamento.
Em áreas urbanas, a derrubada da mata ciliar costuma ser acompanhada de uma ocupação indevida das margens, o que agrava o problema. Imóveis são construídos em áreas que  são inundadas periodicamente, na época das chuvas. Além disso, o solo é em geral pavimentado, não conseguindo, assim, absorver as águas pluviais, que escorrem rapidamente para as áreas mais baixas, arrastando as impurezas acumuladas nas ruas.  As bocas-de-lobo, que deveriam recolher a enxurrada, muitas vezes estão entupidas e não dão conta do volume que recebem. Nas baixadas, a água da chuva encontra o rio, que não tem capacidade de recebê-la e transborda e transborda, invadindo ruas e casas e parando o trânsito.


Mudanças de curso

Cerca de 60% dos 227 maiores rios do mundo estão completamente fragmentados por barragens, canais e desvios. É o caso do Nilo, Ganges, Mississipi, Danúbio, cujos cursos sofreram inúmeras modificações ao longo dos séculos. Existem pelo menos 800 mil barragens no planeta, na sua maioria de pequeno ou médio porte. Juntas, elas inundam uma superfície semelhante à da Espanha. Suas finalidades: gerar energia, promover a irrigação, distribuir água e controlar enchentes. Como qualquer superfície hídrica, as barragens ficam expostas à irradiação solar e à evaporação, que é gigantesca: são 200 quilômetros cúbicos de água por ano, o que equivale a 7% de toda água doce consumida pelas atividades humanas no mesmo período.
Embora essas águas acabem por se precipitar em forma de chuva, tal desvio implica um impacto considerável no balanço hídrico do planeta. Barragens e represas também podem modificar a composição, a temperatura e o ritmo do escoamento da água.


O consumo abusivo

Hoje consumimos seis vezes mais água doce do que em 1900 - embora a população mundial não tenha crescido na mesma proporção ao longo do século. Os altos padrões de consumo hídrico estão associados sobretudo à irrigação dos campos - geralmente perdulária e responsável por mais de 70% da água doce empregada - e pelas indústrias, que utilizam outros 22%. Há estimativas de que o consumo industrial vai pelo menos dobrar até 2025, com um aumento de até quatro vezes nas suas emissões poluentes nos corpos de água.
O dispêndio doméstico também tem sua parte na responsabilidade. Eletrodomésticos de alto consumo, como máquinas de lavar louça e roupas, e práticas pouco recomendáveis como a lavagem de automóveis e quintais com mangueira, multiplicam o volume de água de que as populações necessitam no cotidiano.
Em conseqüência os lençóis freáticos estão baixando dezenas de metros em várias partes do mundo, exigindo a escavação de poços cada vez mais profundos. Em Gujarat, na Índia, os excessos no bombeamento do lençol freático fizeram com que seus níveis descessem até 40 metros. Isto acabou agravando as disparidades sociais, por privar os produtores rurais mais pobres do acesso à água, que só é possível para quem pode pagar pelos equipamentos de perfuração. Em algumas partes do estado norte-americanos do Texas o rebaixamento chegou a 50 metros em meio século.


Mudanças climáticas

A Terra está se aquecendo lentamente. Os anos 1990 foram os mais quentes desde que as temperaturas do planeta começaram a ser monitoradas, no século XIX. Os 2.500 cientistas que compõem o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) calculam que a temperatura ainda vai subir cerca de 3°C ao longo do próximo século.
Tal fenômeno muda toda a dinâmica do planeta. Por causa do derretimento das geleiras, os oceanos já se elevaram entre 10 e 20 centímetros desde 1990. Doenças tropicais associadas à temperatura, como malária e febre amarela, têm ocorrido em regiões onde até então não eram registradas. Isto porque os mosquitos que as transmitem já conseguem sobreviver em altitudes mais elevadas, que ficaram mais quentes.
Os desastres naturais também se multiplicaram. Todos os anos, a resseguradora alemã Munich Re levanta o volume de indenizações pagas por catástrofes ligadas ao clima, como tornados e maremotos. Ela constatou, que, ao longo da década de 1990, as indenizações ficaram na casa dos 608 bilhões de dólares - três vezes mais do que o valor pago nos anos 80.
Os recursos hídricos são particularmente afetados pelo aquecimento global. Desde 1996, o número de desastres de origem geofísica, como terremotos e deslizamentos de terra, permaneceu estável, mas as ocorrências associadas à água, como secas e enchentes, mais que dobraram. Ao longo da última década, 665 mil pessoas morreram devido a desastres naturais, mais de 90% delas em inundações e secas prolongadas.


Avanço do deserto

A Terra é coberta por uma camada de solo, essencial à prática da agricultura, que pode ser facilmente destruída se não for manejada adequadamente. Esse risco é maior em locais onde a água não é abundante, como as regiões áridas e semi-áridas. Elas representam mais de um terço da superfície terrestre e abrigam pelo menos 1 bilhão de pessoas.
O processo de desertificação costuma envolver a perda de vegetação e a erosão do solo. Dentre suas principais causas estão as variações climáticas naturais e as atividades humanas. Os excessos cometidos na mineração, na agropecuária intensiva e na irrigação - que promove a salinização dos solos - estão entre os maiores responsáveis pela degradação das regiões mais áridas, que perdem sua capacidade produtiva, tanto no sentido ambiental quanto econômico.
Entretanto, este processo também pode ocorrer naturalmente. Hoje há evidências de que o deserto do Saara, no Norte da África, tornou-se árido entre 7 mil e 3 mil anos atrás, devido a uma pequena mudança no eixo de órbita da Terra. Reverter esse quadro custa caro. É necessário promover o reflorestamento, estabilizar dunas e escarpas (declives íngremes que favorecem a erosão) e implantar novas técnicas agrícolas. Bilhões de dólares tiveram de ser investidos nos anos de 1930  para controlar a devastação causada pelo chamado Dust Bowl - literamente tigela de pó. O fenômeno - gigantescas tempestades de poeira, associadas à longa estiagem e  à práticas agrícolas inadequadas - acabou dando o nome a um largo trecho do Meio-Oeste norte-americano, inclusive parte do estado do Texas.

Muita para uns, pouca para outros

A água não foi distribuída igualmente entre todos os países. As regões mais ricas costumam dispor de maiores índices de pluviosidades e de tecnologias mais avançadas que permitem utilizar os recursos hídricos de forma eficiente. Em contraste, muitos países mais pobres estão em regiões áridas ou ilhas, onde os mananciais são raros. Outros têm uma distribuição desigual das chuvas ao longo do ano, o que impede uma utilização mais eficiente. É o que ocorre na Índia, que tem 90% de suas precipitações concentradas na estação das monções, que vai de junho a setembro. Nos oito meses restantes, praticamente não chove nem uma gota.
O Kuwait - país com os maiores estoques de petróleo per capita do mundo - é, ironicamente, o que dispõe da menor oferta de água. Ele oferece 10 mil litros anuais a cada um de seus habitantes, muito menos do que o recomendado pela ONU. A lista das nações com maior penúria hídrica inclui também Emirados Árabes, Bahamas, Catar, Ilhas Maldivas, Líbia, Arábia Saudita, Malta e Cingapura.
Alguns países até tem água em quantidade razoável, mas a sua contaminação é tamanha que acaba comprometendo o abastecimento. Esta categoria é liderada pela Bélgica, devido aos altos índices de poluição industrial e ao saneamento básico insuficiente, seguida por Marrocos, Índia e Sudão, dentre outros. Em contraste, os recursos hídricos são particularmente abundantes na Guiana Francesa, com 812 mil litros anuais por habitante, seguida pela Islândia. A água também não é problema para a Guiana, Suriname, Congo, Papua-Nova Guiné, Gabão, Ilhas Salomão, Canadá e Nova Zelândia - na sua maioria países pouco populosos.

Briga de vizinhos

A progressiva escassez faz com que a água seja tão cobiçada quanto o petróleo. Por isso, o direito de construir barragens e explorar rios ou lençóis freáticos tem causado tensões internacionais ao longo da história. O quadro se complica pelo fato de que mais de 200 grandes bacias atravessam mais de um país.
Os conflitos derivados da construção da barragem indiana de Farakla são bastante ilustrativos. Ela desvia as águas do rio Ganges para Calcutá, impedindo que ele siga seu curso natural, rumo a um país vizinho, Bangladesh. As tensões geradas por sua construção, iniciada em 1962, repercutiram por mais de 30 anos, até que os dois países assinaram um tratado que determinou a formação de um comitê conjunto para a tomada de decisões e estabeleceu alguns parâmetros (a disponibilidade de água para Bangladesh não pode descer além de determinado limite). Mas o Oriente Médio é a região onde a briga pela água é mais recorente, agravando um ambiente já bastante turbulento.
No início dos anos 1970, o Iraque ameaçou bombardear a barragem síria de Al-Thawra e deslocou tropas para a fronteira, alegando que a obra reduziu o volume de água que fluía pelo rio Eufrates. Em 1975, a disputa chegou ao auge, mas uma bem sucedida meiação da Arábia Saudita impediu que houvesse uma guerra. Duas décadas depois, o Iraque voltou a se envolver numa briga por recursos hídricos, dessa vez contra a Turquia que terminava as obras da barragem de Ataturk, e interrompeu o fluxo de água do Eufrates por um mês. Egito e Etiópia também enfrentaram longos períodos de tensão na disputa pelas águas do Nilo. Um dos rios que lhe dá origem, o Nilo Azul, nasce na Etiópia, e este país decidiu construir uma série de barragens em suas cabeceiras. No auge da crise, em 1979, o então presidente do Egito, Anuar Sadat (1918-81), chegou a declarar: "O único motivo que poderia levar o Egito à guerra novamente é a água".
Rixa semelhante envolve o rio Jordão. Suas águas são disputadas há décadas por israelenses e palestinos e têm de ser negociadas com seus vizinhos, principalmente Jordânia, Síria e Líbano, com quem compartilham alguns mananciais. Diante da escassez hídrica na região, Israel impõe pesadas metas de economia à sua própria população, bem como um controle de severo dos aqüíferos em território dos palestinos, que têm contestado tal direito.

Soluções

A ONU estima que seria preciso investir pelo menos US$180 milhões anuais nos países em desenvolvimento para garantir um amplo acesso à água potável no próximos 25 anos. Hoje, tais investimentos não utlrapassam US$80 bilhões por ano.
Diante desse quadro, a comunidade internacional tem assumido reiterados compromissos de investir na democratização do acesso à água de qualidade. Em 2000, a ONU organizou a chamada Cúpula do Milênio, que, dentre outras resoluções, determinou que até 2015 se reduza à metade o número de pessoas sem acesso à água potável. Posteriormente, em setembro de 2002, a Rio+10 - conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável promovida na África do Sul - propôs a extensão desse compromisso, reduzindo à metade o número de indivíduos sem acesso ao saneamento básico, no mesmo prazo. Entretanto, os países que assinaram os dois documentos não definiram como pretendem cumprir tais metas, nem os valores que vão desembolsar para alcançá-las.
O fato é que a escassez de água de boa qualidade exige um ataque em vários fontes. Primeiro é necessário reduzir os fatores que comprometem os estoques disponíveis, como o desmatamento, o consumo excessivo e a poluição. Depois pode-se apelar para uma série de soluções tecnológicas já disponíveis, como a dessalinização da água do mar ou a reciclagem dos esgotos tratados, que podem ser usados para jardins, lavar ruas ou ainda em processos industriais.

Fonte: ambientebrasil.com.br

Você sabia que ...

O planeta Terra poderia ser chamado de "planeta água", pois 3/4 de sua superfície são formados de água. Porém 97% dessa água é salgada, e dos 3% de água doce restantes, mais de 2% correspondem a águas de geleiras e dos pólos. Isso significa que somente menos de 1% de toda água do planeta pode ser aproveitada para consumo!
A água que temos no planeta é a mesma de milhões de anos atrás, e com o desmatamento e crescimento populacional e industrial, essa água está sendo poluída, e cada vez menos disponível para o consumo humano. Por isso a necessidade de termos uma mudança de hábitos e comportamentos para uso racional da água evitando desperdícios, com o objetivo de termos esse bem precioso preservado para as gerações futuras.
Um litro de lubrificante é capaz de esgotar o oxigênio de um milhão de litros de água.
O Brasil possui mais de 14% de toda a água doce do planeta.
O consumo de água por pessoa varia de 150 a 400 litros por dia.
Um buraco de 2mm no cano desperdiça por dia 3200 litros de água -(água para uma família de 4 pessoa , durante 5 dias).
Fazer a barba e escovar os dentes por 10 minutos com a torneira aberta, se gasta 24 litros de água por dia (água para uma pessoa beber durante 12 dias).
Uma torneira pingando gasta 46 litros de água por dia, quantidade que mata a sede de uma pessoa por 20 dias.
Em todo o mundo, a irrigação das terras de cultivo respondem por 73% do consumo de água, as indústrias por 21% e os 6% restantes destinam-se ao uso doméstico.
Podemos economizar a água lavando o carro com um balde e um pano, em vez de utilizar a mangueira, e na calçada usando uma vassoura em vez de varrer a sujeira com a água, também podemos regar as plantas com um balde ou regador.
Na cozinha devemos retirar primeiro os restos de comida dos pratos e panelas e depois lavá-los, isso economiza água e evita entupimentos futuros.
No banheiro o segredo é fechar a torneira quando estivermos escovando os dentes ou fazendo a barba e também não tomar banhos demorados, estaremos economizando água e energia elétrica.
Na lavanderia deixe a roupa acumular até encher a máquina de lavar ou o tanque e aproveite a água para lavar o quintal.
Verifique os vazamentos, uma torneira gotejando consome 46 litros de água em um só dia, um filete de 2mm consome 164 litros e um de 4mm consome 653 litros diários, um cano com um furo de 2mm consome 3200 litros por dia, fique sempre alerta e quando encontrar um vazamento na rua, comunique a SABESP - 195.

Você sabia que por falta de conhecimento, as pessoas consomem mais água do que o necessário? Veja a quantidade de água consumida numa casa.



Local
Certo
Errado

vaso sanitário
usar vasos com caixa acoplada, que consome em média 7 litros por acionamento
com a válvula, para cada acionamento gasta-se cerca de 12 litros

chuveiro
fechar o chuveiro e se ensaboar
tomar banho com o chuveiro aberto durante 15 minutos consome aproximadamente243 litros de água

pia do banheiro
fechar a torneira durante a escovação dos dentes
escovar os dentes durante 5 minutos com a torneira aberta gasta cerca de 12 litros de água

pia da cozinha
fechar a torneira ao ensaboar a louça
deixar a torneira aberta enquanto ensaboa a louça durante 15 minutos, consome 243 litros de água

jardim
usar regador para regar as plantas e fazer isso à noite ou logo cedo para que a água não evapore
regar as plantas com mangueira comum e com o sol forte

carro
use um balde com esponja para ensaboar e ligue a mangueira apenas para enxaguar
lavar o carro com a mangueira aberta durante 30 minutos consome 560 litros de água

A água que está na natureza é retirada pela SABESP, e após o seu tratamento é distribuído para a população, que poderá se servir dela sem preocupações. Essa água é uma das melhores do mundo pois a SABESP, obedece rigorosamente a portaria 36 que indica os padrões de potabilidade.
Após os usos múltiplos da água, como usar o chuveiro, o vaso sanitário ou a pia da cozinha, isso gera esgotos, que são coletados e afastados até uma estação de tratamento de esgotos (ver Tietê Hoje / Projeto Tietê), que após tratá-lo, devolve aos rios sem poluí-los.
O efluente das estações de tratamento de esgotos são lançados em pontos muito distantes das águas captadas para o consumo humano. No tratamento dos esgotos, são gerados três sub-produtos:

Efluente Final - que podemos chamar também de água de reuso (que utilizamos para lavouras, regas de jardins, para os processos de industrias, etc...), não serve para consumo humano.
Hoje temos contratos com algumas prefeituras e indústrias que já utilizam essa água de reuso para os exemplos citados. Nós podemos utilizar nossa água do tanque ou da lavadora de roupa como água de reuso, na lavagem do quintal, calçada e até mesmo carros, assim estaremos economizando sabão e água boa para nosso consumo.
Lodo desidratado (Biossólidos) - sub-produto originário do tratamento da fase sólida do esgoto, que é possível ser utilizado na agricultura se for 100 % doméstico.
Aqui em São Paulo temos cerca de 20 % dos esgotos industriais, portanto a SABESP vem estudando a possibilidade de utilizá-lo na construção civil,como componente do cimento, nos reflorestamentos e áreas degradadas.
Gás - que também é formado no tratamento da fase sólida do esgoto, pode ser utilizado como combustível de automóveis, geração de energia para acionamento de motores,etc.
A Estação de Tratamento de Barueri é uma unidade que utiliza o gás para geração de energia elétrica para nossos equipamentos elétricos.

Outro processo que recomendamos tomar cuidado é a questão do lixo. Ele deve ser acondicionado em lugar próprio, não devendo ser jogado nos ralos e vasos sanitários, pois podem entupir sua rede, e assim causar problemas para você e para seus vizinhos, caso não aconteça isso,esse lixo irá parar nas estações de tratamento de esgotos, o que temos que remove-los antes do processo de tratamento. Um trabalhão.
Por isso, não jogue papel higiênico, absorvente, pontas de cigarro, pó de café, restos de comida ou outros tipos de detritos no vaso sanitário ou na pia.
Se jogarmos o lixo nas ruas e calçadas, a chuva os levará para os bueiros, e se entupi-los causará enchentes, trazendo transtornos para a população como perdas de móveis e ganhos de doenças. Caso não entupa o bueiro, esse lixo irá para os rios causando grande poluição.

Você sabe o tempo de decomposição dos objetos jogados nos rios?




Material
Decomposição

papel
3 a 6 meses

pano
6 a 12 meses

filtro de cigarro / chiclete
5 anos

madeira pintada
13 anos

embalagem longa vida
+ 100 anos

latas de alumínio
+ 100 anos

sacos e copos plásticos
+ 200 anos

vidro
1 milhão de anos

borracha
tempo indeterminado

pilhas e baterias
possuem metais pesados que poluem e contaminam o meio ambiente. Tempo indeterminado

Para não contaminar o solo e não prejudicar a saúde da população, o  Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou uma resolução que obriga os fabricantes de celular a recolher as baterias inutilizadas.
A medida entrou em vigor em julho de 2000.



Empresa
Como proceder
Informações

Ericsson - Recolherá baterias da própria marca
Entregar nas lojas da marca ou nos postos de assistência técnica
0800-174444

Gradiente - Recolherá baterias da própria marca
Entregar pelo correio, em um envelope especial
(11) 814-8222

LG - Ainda não tem um plano definido
-
0800-171514

Motorola - Recolherá baterias de todas as marcas
Entregar nas lojas da marca ou nos postos autorizados
0800-121244

Nokia - Ainda não tem um plano definido
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(11) 3039-3443
aceita ligação a cobrar

Philips - Recolherá baterias da própria marca
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0800-123123

Qualcomm - Recolherá baterias da própria marca
Entregar nas lojas da marca ou nos postos de assistência técnica
0800-552362

Sansung - Recolherá baterias da própria marca
Entregar nas lojas da marca ou nos postos de assistência técnica
0800-124421

Qualidade da água

A água doce presente na natureza, nos rios, nos lagos, nos lençóis subterrâneos, contém todas as substâncias presentes no meio ambiente, como sais dissolvidos, partículas em suspensão, microrganismos e outras. Dependendo da sua natureza e concentração na água, essas substâncias podem causar danos à saúde humana ou tornar a água imprópria para determinados tipos de uso. Do mesmo modo que a água mantém a vida, ela também pode destruí-la. Há uma diferença conceitual entre poluição e contaminação, daí podemos definir:

Poluição - é a presença na água, de uma ou mais impurezas em teores excessivos.
Contaminação - é a presença de uma impureza nociva, em teores excessivos.

Poluição da Água

Poluição é a contaminação da água com substâncias que interferem na saúde das pessoas e animais, na qualidade de vida e no funcionamento dos ecossistemas. Alguns tipos de poluição têm causas naturais - erupções vulcânicas, por exemplo - mas a maioria é causada pelas atividades humanas. À medida que a tecnologia foi se sofisticando, o risco de contaminação tornou-se maior.

Em 1882, o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) escreveu Um inimigo do Povo, narrativa das desventuras do médico de um balneário turístico que percebe que as águas da cidade foram contaminadas por curtumes da região. Ele descobre que a poluição estava espalhando o tifo e outras doenças e resolve denunciar o problema. Entretanto, enfrenta uma resistência violenta por parte das autoridades e do conjunto da sociedade, que temem os prejuízos que poderiam ter em decorrência dessa má propaganda. Não são de hoje, portanto, a poluição de rios e oceanos e o conflito entre interesses econômicos e proteção ambiental. Mas foi apenas em meados do século XX que as conseqüências das atividades poluentes começaram a ficar evidentes.

Na década de 1950, os níveis de oxigênio de vários rios urbanos importantes de países ricos baixaram a patamares críticos - chegaram a cerca de 10% do volume normal. Em Londres, um barco chegou a ser usado para injetar oxigênio puro diretamente na água, uma solução cara e com resultados limitados.

Os últimos levantamentos da ONU a esse respeito são bastante eloqüentes. De acordo com ela, os 14 maiores rios europeus têm nascentes com  "bom status ambiental", mas no resto de seu percurso, estão bastante degradados. Na Ásia, todos os rios que cruzam cidades estão altamente poluídos. Se o ritmo de crescimento da poluição continuar acompanhando o da população, a Terra poderá perder 18 mil quilômetros quadrados de águas doces até 2050 - quase nove vezes o volume total usado a cada ano em irrigação no mundo. Ainda segundo a ONU, os pobres são, como é de se imaginar, os mais afetados pela poluição. Metade da população de países em desenvolvimento está exposta a mananciais poluídos. O quadro é particularmente grave na Ásia, onde os rios têm três vezes mais bactérias originárias de esgotos do que a média mundial. Além disso, os corpos d'água asiáticos apresentam taxas de enxofre até 20 vezes superiores às de países ricos.
As águas são poluídas, basicamente, por dois tipos de resíduos: os orgânicos, formados por cadeias de carbono ligadas a moléculas de oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, e os inorgânicos, que têm composições diferentes. Os resíduos orgânicos normalmente têm origem animal ou vegetal e provêm dos esgotos domésticos e de diversos processos industriais ou agropecuários. São biodegradáveis, ou seja, são destruídos naturalmente por microorganismos. Entretanto, esse processo de destruição acaba consumindo a maior parte do oxigênio dissolvido na água, o que pode compreender a sobrevivência de organismos aquáticos. Já os resíduos inorgânicos vêm de indústrias - principalmente as químicas e petroquímicas - e não podem ser decompostos naturalmente. Entre os mais comuns estão chumbo, câdmio e mercúrio. Conforme sua composição e concentração, os poluentes hídricos têm a capacidade de intoxicar e matar microorganismos, plantas e animais aquáticos, tornando a água imprópria para o consumo ou para o banho.

Poluentes sob a lupa

Esgotos - em todo o planeta 2,4 bilhões de pessoas despejam seus esgotos a céu aberto, no solo ou em corpos d'água que passem perto de suas casas, porque não têm acesso a um sistema de coleta. No Brasil, a rede coletora chega a 53,8% da população urbana. Entretanto, a maior parte do volume recolhido não recebe nenhum tratamento e é despejada nesse estado em rios e represas ou no oceano. Apenas 35,5% dos esgotos coletados são submetidos a algum  tipo de tratamento.

Resíduos químicos - geralmente descartados por indústrias e pela mineração, são difíceis de degradar. Por isso, podem ficar boiando na água ou se depositar no fundo de rios, lagos e mares, onde permanecem inalterados por muitos anos. Dentre os mais nocivos estão os chamados metais pesados - chumbo, mercúrio, cádmio, cromo e níquel. Se ingeridos, podem causar diversas disfunções pulmonares, cardíacas, renais e do sistema nervoso central, entre outras. Um dos mais tóxicos é o mercúrio, comumente descartado por garimpeiros após ser empregado na separação do ouro.

Nitratos -  presentes no esgoto doméstico e nos descartes de indústrias e pecuaristas, os nitratos representam especial risco à saúde de crianças, causando danos neurológicos ou redução da oxigenação do corpo. Além disso, a presença excessiva de nitratos em rios ou mares estimula o crescimento de algas, fenômeno conhecido como eutrofização. Em casos extremos, essas algas podem colorir a água e emitir substâncias tóxicas para os peixes (maré vermelha).

Vinhoto - efluente orgânico resultante da fabricação do açúcar e do álcool. Pode ser usado como fertilizante, mas com freqüência é descartado diretamente em corpos d'água das regiões produtoras de cana de São Paulo e do Nordeste, embora essa prática seja proibida por lei.

Poluição física - algumas atividades modificam a temperatura ou a coloração da água. É o caso da indústria que usa água para resfriar seus equipamentos e depois a devolve ao rio. Ela continua limpa, mais está muito mais quente do que quando foi captada, o que causa danos aos ecossistemas. Outras atividades, como certos tipos de mineração, podem despejar material radioativo nos rios, prejudicando a fauna e a flora.

Detergentes - em 1985, o Brasil aprovou uma lei que proibiu a produção de detergentes que não fossem biodegradáveis. No entanto, apesar de menos nocivos, os detergentes e sabões em pó comercializados atualmente contêm fosfatos, substâncias que podem promover um crescimento acelerado de algas nos rios. Quando elas morrem, logo são decompostas por bactérias que consomem o oxigênio disponível na água e exalam mau cheiro.

Organoclorados - compostos geralmente oriundos de processos industriais, formados por átomos de cloro ligados a um bicarboneto. De toxicidade variável, suspeita-se que favoreçam o aparecimento de diversos tipos de câncer e más-formações congênitas. Os organoclorados têm a capacidade de se acumular nos tecidos gordurosos dos organismos vivos e se tornam mais concentrados nos níveis mais altos da cadeia alimentar. Ou seja: passam dos microrganismos filtradores para os moluscos, deles para os peixes e daí para mamíferos e aves. O homem, que geralmente está no final desta cadeia, costuma ter as maiores concentrações de organoclorados em seu sangue. Alguns deles são utilizados como agrotóxicos - DDT - Dieldin e Aldrin, mas a sua produção está proibida no Brasil.

Chorume - líquido contaminado que escorre de aterros de lixo e também de cemitérios. Há relatos de moradores das proximidades dos cemitérios Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo, de que mais de uma vez as enchentes trouxeram para dentro de suas casas restos de roupas e esqueletos. Por isso, os corpos devem ser enterrados sobre solos bem impermeabilizados e protegidos, para que a contaminação não chegue ao lençol freático ou seja arrastada pela chuva. A mesma regra vale para os aterros sanitários e industriais.

Poluição no campo

A agropecuária contamina as águas de duas formas: quando utiliza fertilizantes e agrotóxicos e quando descarta efluentes com altas concentrações de nitrogênio, sobretudo aqueles gerados nas criações de animais. A maioria dos fertilizantes enriquece o solo com altas doses de nitratos e fosfatos. Parte desse nutrientes é absorvida pelos vegetais, aumentando seu ritmo  de crescimento e seu rendimento. Outra parte é arrastada pelas chuvas para os rios ou penetra no solo e acaba alcançando o lençol freático. Entre os agrotóxicos usados no combate às pragas incluem-se produtos de diferentes composições, algumas delas bastante tóxicas. Como os fertilizantes, eles também podem escorrer até um rio ou lago.

Já a criação de animais tem como principais resíduos os excrementos, que são altamente ricos em nitratos. Um porco de 100 quilos elimina cerca de um metro cúbico de esterco por ano, contendo 5,5 quilos de nitrogênio. Esses resíduos são produzidos em grandes volumes e muitas vezes despejados irregularmente nos corpos d'água. Na África são encontrados poços com um nível de nitratos até oito vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Fábrica de problemas

No começo dos anos 1950, a cidade japonesa de Minamata ganhou fama mundial quando gatos, gaivotas, pescadores e suas famílias começaram a mostrar sérios sintomas de envenenamento. Centenas de pessoas morreram e muitas outras desenvolveram problemas neurológicos permanentes. Crianças começaram a nascer com paralisia cerebral e retardo mental. As vítimas - que tinham em comum o fato de seguir uma dieta à base de peixes e molusco provenientes da baía de Minamata e do oceano, onde as águas da baía desaguavam - estavam contaminadas com altos níveis de mercúrio. O metal provinha de despejos da Chisso, uma indústria química. Desde então, esse tipo de intoxicação é conhecido como "mal de Minamata".
A repetição dessa história não é impossível. Despejar resíduos na água é uma prática bastante arraigada na cultura industrial. Já no século XVI, indústrias holandesas que alvejavam linho jogavam resíduos nos canais que passavam diante de suas portas. Todos os anos, entre 300 e 500 milhões de toneladas de metais pesados, solventes e resíduos tóxicos são despejados pelas indústrias nos corpos d'água. Mais de 80% de todos estes resíduos são produzidos nos Estados Unidos e em outros países industrializados. Um estudo feito em 15 cidades japonesas mostrou que 30% de todos os reservatórios subterrâneos estavam contaminados por solventes clorados derramados num raio de 10 quilômetros.
O Brasil tem um amplo registro de acidentes industriais que comprometem seriamente a qualidade de seus rios. Dois merecem menção especial. O primeiro foi um vazamento de 4 milhões de litros de óleo de um duto da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (PR), da Petrobras, em 16 de julho de 2000, dias depois de a usina ter obtido um certificado de boa gestão ambiental da série ISO 14.000. Maior acidente envolvendo a empresa em 25 anos, ele promoveu a contaminação dos rios Barigüi e Iguaçu, no mesmo estado.
O segundo episódio envolveu a indústria de papel Cataguazes, instalada na cidade mineira de mesmo nome. Em 29 de março de 2003, uma barragem de contenção da empresa se rompeu, lançando ao rio Pomba cerca de 1,2 bilhão de litros de efluentes contaminados com enxofre, soda cáustica, anilina e hipoclorito de cálcio. O rio Pomba e também o Paraíba do Sul foram seriamente contaminados. Cerca de 600 mil moradores de cidades fluminenses ficaram vários dias sem abastecimento de água e centenas de pescadores foram impedidos de trabalhar. Um dos diretores da empresa chegou a ser preso, com base na lei n.° 9.605/98, dos Crimes Ambientais, mas foi solto poucos dias depois.
Evitar a poluição industrial é tecnicamente fácil, mas nem sempre barato. As indústrias devem construir estações de tratamento de efluentes que reduzam seus teores de contaminação aos limites permitidos por lei. Essas estações podem utilizar métodos físicos, químicos e biológicos de tratamento, conforme o tipo e o grau de contaminação. Por exemplo: grades, peneiras e decantadores são usados para separar partículas maiores; bactérias degradam materiais biológicos; e aditivos químicos corrigem o pH.
Entretanto, o ideal é que a indústria nem sequer produza resíduos. Para isso, ela deve implantar um programa de "produção mais limpa". Este conceito propõe que se faça uma série de adaptações de modo a economizar água, energia e matérias-primas ao longo do processo industrial criterioso de toda a linha de produção para que não se desperdice nada - afinal, qualquer perda se converte em resíduo no fim do processo. Por exemplo: uma fábrica que usa 10 mil litros diários de água para lavar seus equipamentos e no final do dia joga fora esse efluente contaminado com óleos e gorduras tem de fazer um grande investimento numa estação de tratamento. Entretanto, ela tem a opção de instalar um sistema mais simples de separação dos óleos e gorduras. Esses resíduos voltam para o processo industrial, quando possível, ou são vendidos a terceiros ou ainda, em último caso, podem ser descartados num aterro. A água, agora limpa, pode ser reaproveitada na íntegra. Dessa forma, a produção mais limpa traz ganhos econômicos para o empreendedor. Graças a esse tipo de esforço, o volume de efluentes industriais orgânicos descartados anualmente no Brasil caiu 20% entre 1980 e meados dos anos 1990, de acordo com levantamento do Banco Mundial.

Mares Mortos

Apesar de suas dimensões imensas, os oceanos são tão vulneráveis à poluição quanto qualquer outro ambiente natural. Contudo, sua gigantesca capacidade de diluição costuma esconder os danos produzidos. Em média, 200 mil toneladas  de óleo são derramadas nos mares todos os anos. Aproximadamente 44% desse  volume tem origem na exploração, processamento e transporte do petróleo. O restante é resultado do descarte de óleo usado por uma série de atividades.
Um dos principais responsáveis pelos grandes derramamentos de petróleo que sistematicamente dominam as manchetes de jornais é o envelhecimento da frota mundial de petroleiros. Cerca de 3 mil navios continuam em atividade, apesar de já transportarem combustíveis há mais de 20 anos.
Uma segunda causa de contaminação é a poluição produzida no continente. A Baía de Guanabara, por exemplo, recebe a cada dia 500 toneladas de esgotos, 50 de nitratos e metais pesados e 3 mil toneladas de resíduos sólidos (areia, garrafas plásticas e latas). O mesmo ocorre em todo o litoral brasileiro. Pelo menos 95 mil toneladas de resíduos industriais são despejados todos os anos na Baía de Todos os Santos, que banha  Salvador. Desse total, quase a metade é considerada tóxica. O mercúrio é encontrado em grandes quantidades.
O fenômeno se repete mesmo em cidades de menor porte. O maior criadouro natural de camarões de Maceió foi batizado pelos pescadores de "Lama Grande", por estar seriamente contaminado pelos esgotos jogados por um emissário submarino.Os limites toleráveis para a poluição são estabelecidos localmente e variam muito: no Brasil, uma praia é considerada imprópria para banho se nela forem encontrados 400 enterococos (bactéria presente nas fezes e muito resistente) por 100 mililitros de água. Nos Estados Unidos, isso acontece se forem encontrados apenas 35.

Fonte: Como cuidar da nossa água. Coleção Entenda e Aprenda. BEI. São Paulo-SP, 2003.

Ambientebrasil.com.br

Poluentes da água

A poluição da água é consequência direta do crescimento demográfico, e depende do nível sócio econômico cultural de uma população e de seu estágio de desenvolvimento industrial e tecnológico. A poluição pode ser substancialmente reduzida através da implantação de um sistema de saneamento e tratamento eficiente.
Os poluentes mais comuns encontrados na água são:
Resíduos fecais -  Presente no esgoto doméstico, são formados por restos orgânicos e bactérias coliformes. Nos locais em que o esgoto não é devidamente tratado pode haver casos de distúrbios intestinais, diarréias e intoxicação, nas pessoas que entrarem em contato com esses resíduos. Além  disso, a falta de saneamento básico contribui para a disseminação de doenças como cólera, tifo, malária e esquistossomose.
O acúmulo de restos orgânicos na água facilita a proliferação de bactérias aeróbias (consumidoras de oxigênio). A taxa de oxigênio permite a proliferação de bactérias aeróbias, produtoras de gazes de putrefação (responsáveis pelo mau cheiro e tóxicos para os seres vivos), que acabam por extinguir toda a vida aquática.
Fertilizante agrícola - Largamente utilizados nas lavouras, são levados pelas águas da chuva, poluindo rios e lagos. Os nitratos e fosfatos presentes na composição dos fertilizantes favorecem a disseminação de algas venenosas, que cobrem completamente a superfície da água. Esse processo, chamado de eutrofização, limita e inibe o desenvolvimento de outros seres vivos.
O nitrato também pode provocar alguns tipos de câncer nos seres humanos.
Petróleo - O petróleo quando lançado na água, se espalha por sua superfície, formando uma camada que impede as trocas gasosas e a passagem da luz.
Vazamentos causados por acidentes durante o transporte do petróleo ou durante o processo de limpeza e manutenção dos petroleiros têm provocado grande impacto sobre a vida marinha. Entre outras consequências, temos a morte dos organismos componentes do plâncton; obstrução das brânquias dos peixes, que morrem por falta de oxigênio; prejuízo na capacidade de voar das aves que sujam com o óleo ao mergulharem à procura de alimentos.
Detergente - O uso de detergente doméstico, que são lançados em rios e córregos, provoca a formação de espuma na  superfície da água, fato que compromete o desenvolvimento da vida aquática. No homem, a intoxicação provoca dores de cabeça, diarréia, sudorese, vômitos e  dificuldades respiratórias.
Metais pesados - Produtos químicos tóxicos, tais como o cádmio, o mercúrio e o chumbo, utilizados nos setores industrial e de mineração, quando despejadas em rios, lagos ou águas costeiras, podem matar os seres vivos ou se acumular no organismo de peixes e crustáceoas, que fazem parte da cadeia alimentar dos seres humanos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% de todas as doenças que se alastram pelos países em desenvolvimento são provenientes de água de má qualidade. Muitas moléstias que afetam o homem podem ser transmitidas pelos microrganismos presentes no meio ambiente.
As doenças mais comuns que podem ser transmitidas pela água são as seguintes:




motivo
doença
agente causal
sintomas

ingestão de água contaminada
desinteria bacilar
bactéria (shigella dysenteriae)
forte diarréia

ingestão de água contaminada
cólera
bactéria ( vibrio cholerae)
diarréia extremamente forte, desidratação, alta taxa de mortalidade

ingestão de água contaminada
leptospirose
bactéria ( leptospira)
ictericia, febre

ingestão de água contaminada
salmonelose
bactéria ( salmonella)
febre, náusea, diarréia

ingestão de água contaminada
febre tifóide
bactéria ( salmonella typhi)
febre elevada, diarréia, ulceração do intestino delgado

ingestão de água contaminada
desinteria amebiana
protozoário ( entamoeba histolytica)
diarréia prolongada com sangramento, abcessos no fígado e no intestino delgado

ingestão de água contaminada
giardiase
protozoário ( giardia lamblia)
diarréia leve a forte, náusea, indigestão e flatulencia

ingestão de água contaminada
hepatite infecciosa
vírus ( vírus da hepatite A)
icterícia e febre

ingestão de água contaminada
gastroenterite
vírus  ( enterovirus, parvovirus, rotavirus)
diarréia leve a forte

ingestão de água contaminada
paralisia infantil
vírus ( poliomielites vírus)
paralisia

contato com água contaminada
escabiose
sarna ( sarcoptes scabiel)
úlceras na pele

contato com água contaminada
tracoma
clamídea ( chlandia tracomatis)
inflamação nos olhoe e cegueira completa

verminose, tendo a água como um estágio no ciclo
esquistossomose
helminto (schistosoma)
diarréia, aumento do baço e do fígado, hemorragia

transmissão por intermédio de insetos, tendo a água como meio de procriação
malária
protozoário (plamodium)
febre, suor, calafrios, gravidade variável com o tipo de plasmodium

transmissão por intermédio de insetos, tendo a água como meio de procriação
febre amarela
vírus (flavivirus)
febre, dor de cavbeça, prostração, náusea e vômitos

transmissão por intermédio de insetos, tendo a água como meio de procriação
dengue
vírus (flavivirus)
febre, forte dor de cabeça, dores nas juntas e nos músculos, erupções

transmissão por intermédio de insetos, tendo a água como meio de procriação
filariose
helminto (wuchereria bancrofit)
obstrução de vasos sanguineos, deformação de tecidos



A História está cheia de exemplos de surtos de doenças provocadas pela água, algumas das doenças são causadas pela presença de substâncias tóxicas ou nocivas na água, em teores excessivos. Muitas vezes elas não são percebidas pelos sentidos (tato, olfato, paladar, visão) e podem dependendo da sua concentração, provocar doenças e até grandes epidemias.
A Organização Mundial de saúde define como água potável aquela que atende às seguintes exigências:
* Apresenta aspecto límpido e transparente
* Não apresenta cheiro ou gosto
* Não contém nenhuma substância em concentração que possam causar qualquer tipo de dano à saúde do ser humano.
Com base nessa definição, são estabelecidos os padrões de potabilidade para as águas destinadas ao abastecimento público.
Embora o aspecto da água seja item importante de qualidade, sua alteração não significa que ela vá representar risco à saúde.
A presença de cor avermelhada na água da rede de distribuição, por exemplo, deve-se ao arraste das incrustações que estão aderidas às paredes da tubulação. Eventualmente, a água pode apresentar um aspecto leitoso, opaco, devido a formação de microbolhas de ar causadas pela forte pressão que ao serem dissipadas podem liberar o odor de cloro. As pessoas normalmente associam esse fenômeno à presença excessiva de cloro na água, o que não é verdade.
No Brasil, os padrões de potabilidade são definidos pelo Ministério da saúde, baseado na Organização Mundial da Saúde. Para se certificar que a água não apresenta nenhum risco à saúde humana, os resultados das análises da água fornecida são comparados com os padrões preestabelecidos.
Esses padrões, de um modo geral, são Valores Máximos Permitidos (VMP) de concentração para uma série de substâncias e componentes que podem estar presentes na água. por exemplo, a concentração máxima, ou Valor Máximo Permitido para o alumínio em águas destinadas ao consumo humano é de 0,2 miligramas de alumínio por litro de água (0,2 mg/l Al). Na SABESP este valor é de 0,1 mg/l Al. Para aquelas substâncias que podem trazer riscos á saúde, os Valores Máximos Permitidos são obtidos de estudos epidemiológicos e toxicológicos realizados por entidades e pesquisadores em todo o mundo.
Nesses estudos, são determinados as quantidades máximas diárias dessas substâncias que uma pessoa pode ingerir sem causar nenhum mal à sua saúde.
A água destinada ao consumo humano deve ser analisada periodicamente através de amostras coletadas em locais predeterminados e analisadas em laboratórios, para se determinar a sua composição.
Assim por exemplo, periodicamente se faz uma análise bacteriológica da água, para se saber se está isenta da bactérias e vírus patogênicos.
Para garantir que a água fornecida seja potável, são necessárias três condições básicas:

* A fonte ou manancial devem ser seguros, ou seja, sua água deve estar sempre em condições de ser transformada em água potável com o tratamento aplicado. Para isso é importante que a área em torno do manancial seja preservada e protegida.
* O tratamento deve ser adequado às condições da água captada e não apresentar falhas sistemáticas.
* A qualidade da água deve ser freqüentemente analisada e avaliada para verificar se ela não contém nenhum elemento em teores que possam trazer risco ou prejuízo ao consumidor.


Para isso a SABESP vem investindo, ao longo dos anos, no sentido de:

* Buscar fontes de água de boa qualidade, como no caso das represas que formam o Sistema Cantareira, a maioria delas localizadas na região de Atibaia e Bragança Paulista, em áreas relativamente preservadas da poluição urbana.
* Aprimorar o tratamento, introduzindo novos processos, como o uso de carvão ativo para eliminar gosto e odor na água tratada, e automatizando o tratamento, com a instalação de equipamentos modernos de controle de processos.
* Modernizar e instalar novos laboratórios, adquirindo instrumentos informatizados para ampliação, tanto na variedade de análises como na quantidade de amostras a serem analisadas.
A SABESP implantou na região Metropolitana de São Paulo uma estrutura para controle da qualidade, composta por cinco laboratórios regionais de controle sanitário.
Esses laboratórios estão capacitados a realizar as análises necessárias para avaliar a potabilidade da água fornecida dos sistemas operados pela Empresa.
O Laboratório Central de Controle de Qualidade é composto de:


Laboratório de Inorgânica - onde são realizadas as análises de compostos inorgânicos, como ferro, manganês e outras características físico - químicas da água, como pH.
Laboratório de Orgânica - onde são realizadas as análises de compostos orgânicos, como pesticidas e solventes halogenados.
Laboratório de Bacteriologia - onde são realizadas as análises de coliformes e bactérias heterotróficas.
Laboratório de Hidrobiologia - onde são realizadas a contagem, identificação e potencial tóxico de algas e outros microrganismos presentes em águas de superfície.
Laboratório de Materiais de Tratamento - onde são analisada amostras de todos os produtos químicos e outros tipos de matérias utilizados na tratamento de água, como por exemplo, o sulfato de alumínio, utilizado como coagulante.
Laboratório de Reagente - onde são preparados os reagentes utilizados pelos laboratórios da Região Metropolitana de São Paulo na realização das análises.

Os cinco laboratórios de controle sanitário da região Metropolitana estão certificados pela ISO 9002 e são compostas de:

* Laboratório de Físico químico - onde são realizados análises de compostos inorgânicos e outras características físico - químicas da água, como cor e túrbida e pH.

* Laboratório de Microbilogia - onde são realizadas as análises bacteriológicas (coliformes e bactérias heterotróficas) e hidrobiológicas (fito e zooplancton).

Para garantir que a água se mantenha dentro dos padrões de qualidade estabelecidos, o controle vai além das exigências legais.
A decisão da SABESP de incluir os mananciais no controle deve-se à deterioração de sua qualidade, que vem sendo observada na Região Metropolitana de São Paulo, provocada pela ocupação irregular das suas bacias.
Os controles de qualidade consiste na coleta de amostras de água de modo a abranger o sistema de abastecimento como um todo, desde os rios que formam as represas até a chegada da água na casa do consumidor.
Essas amostras são encaminhadas a vários laboratórios da SABESP, onde são analisados para garantir a potabilidade da água.

A ÁGUA NA TERRA ESTÁ SE ESGOTANDO? É VERDADE QUE NO FUTURO PRÓXIMO TEREMOS UMA GUERRA PELA ÁGUA?

Em vista desta histeria coletiva que se alastra pela mídia mundial contaminando a todos os menos avisados nós resolvemos elucidar uma série de pontos cuja divulgação está causando esta enorme celeuma.

O Alarmismo

O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. Segundo dados estatísticos existem hoje 1,1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água doce. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos.

A partir destes dados projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água  e não pelo petróleo.

Qual o volume de água potável disponível?

1.·     Os dados que são utilizados pela mídia mundial são: De toda a água disponível na terra 97,6%  está concentrada nos oceanos . A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Você acha 2,4% pouco? Então ouça isso: destes 2,4% somente 0,31% não estão concentrados nos pólos na forma de gelo. Resumindo: de toda a água na superfície da terra menos de 0,02% está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo.

Assustado? A realidade não é tão terrível quanto estes números parecem apontar. Em sua grande maioria estes números estão sendo manipulados, por alguns, de forma a criar uma verdadeira histeria coletiva em relação a água.

O que está sendo feito em relação a isso?

1.·      Em decorrência das notícias alarmistas vários países já começam a se preparar para a venda de grandes volumes de água, pensando em lucrar em cima da necessidade dos outros. No Canadá, por exemplo, a preocupação já é com a legislação que não permite a venda de grandes volumes como é feito com o petróleo.
2.·      A população se prepara para tempos ruins, onde o consumo de água deverá ser significativamente reduzido. Existe uma tendência mundial de culpar e perseguir aqueles que, mesmo pagando, consomem mais.

Neste relatório iremos fornecer alguns dados, cientificamente embasados, que irão adicionar uma nova perspectiva àquela gerada pelas projeções catastróficas acima.

As reservas mundiais de água

Em primeiro lugar é importante falar que nós Brasileiros, no que diz respeito a água,  estamos muito bem, obrigado. O Brasil, Rússia, China e Canadá são os países que basicamente "controlam" as reservas de água fresca mundial.

A distribuição da água no Mundo é muito desigual e, uma grande parte do planeta está situada em regiões com carência de água. No momento cabe a estes países, em caráter de urgência, desenvolver tecnologias que permitam a captação, armazenamento e preservação da água e seus mananciais.

Antes de nos aprofundarmos nesse assunto é muito importante dizer que  apesar de termos a impressão de que a água está desaparecendo, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de milhões de anos. Ou seja a quantidade de água permanece a mesma o que muda é a sua distribuição e seu estado.

CICLO HIDROLÓGICO

O causador deste fenômeno é um processo chamado Ciclo Hidrológico, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo formando os importantes aquíferos subterrâneos, e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o equilíbrio no sistema hidrológico do planeta (clique na foto para detalhes).

A água somente passa a ser perdida para o consumo basicamente graças à poluição e à contaminação, nunca devido ao assoreamento como dizem. São estes fatores que irão inviabilizar a reutilização, causando uma redução do volume de água aproveitável da Terra.

O Brasil é altamente privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global. Nós temos um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab.ano. Estes números devem ser encarados com uma certa reserva pois a distribuição de água no Brasil, como veremos adiante, também é bastante irregular. A Amazônia, o lugar mais rico em água potável superficial de todo o Planeta está distante dos grandes centros urbanos nacionais.

Conclusão 1: O gerenciamento da água é que deve ser considerado o grande problema e não seu "desaparecimento". Desta forma quando o Governo tenta culpar o usuário pelo consumo excessivo de água está, na realidade, confessando a sua incapacidade em suprir este excesso de água no presente e, possivelmente, no futuro. O cidadão pode e deve evitar perdas desnecessárias do produto, mas não deve, sob hipótese nenhuma, ser responsabilizado pela falta de água. A única forma de inviabilizar a água para o consumo é a contaminação da mesma por poluentes. Portanto cabe, mais uma vez as autoridades criar leis severas que punam exemplarmente aqueles que poluem e contaminam as águas.

Como é consumida a água?

O consumo de água no planeta é que ditará as políticas de gerenciamento da água.

O consumo de água per capita varia de país para país e de lugar para lugar. Alguns exemplos abaixo.



PAÍS
CONSUMO DE ÁGUA PER CAPITA

Escócia
410 litros/pessoa/dia

Estados Unidos/Canadá
300 litros/pessoa/dia

Austrália
270 litros/pessoa/dia

Brasil RJ
140 litros/pessoa/dia

Brasil MG
124 litros/pessoa/dia

Brasil DF
225 litros/pessoa/dia

Brasil Norte
140 litros/pessoa/dia

Na tabela acima observamos que o consumo é significativamente maior nos países desenvolvidos quando comparados ao Brasil. No Brasil o maior consumo per capita é observado no Distrito Federal que é ainda 33% menor que o consumo médio do Canadá.

O principal uso de água é, sem dúvida nenhuma, na agricultura. As águas públicas, que precisam tratamento e transporte tem uma distribuição diferente. Aproximadamente 60% desta água será usada para fins domésticos, 15% para fins comerciais e 13% em indústrias. O restante para fins públicos e outras necessidades.

No Brasil o consumo de água per capita multiplicou-se por mais de dez ao longo do século 20. Mesmo assim existem milhões de cidadãos sem acesso a água de qualidade. Da mesma forma milhões de casas não tem rede de esgotos.

É necessário um investimento significativo, por parte das autoridades, neste setor. Se este investimento não for efetuado, em pouco tempo teremos o caos social derivado pela falta d'água. Neste caso o grande culpado será, mais uma vez, a falta de previsão e de investimentos do setor público e não o cidadão.

Já, nos outros países onde além do problema de gerenciamento existe a falta de reservas de água o problema poderá ser, realmente, gravíssimo no futuro próximo.

A água no Brasil

O nosso país, conforme dito, é privilegiado. Temos gigantescas reservas de água praticamente em todos os Estados com exceção dos situados no semi-árido do Nordeste.

Isso não é nenhuma novidade!

O que a maioria não sabe é que existem reservas simplesmente gigantescas, maiores ainda que aquelas contidas nos rios e lagos de superfície. São as reservas dos aquíferos subterrâneos.

A grande reserva Brasileira de água: os aquíferos subterrâneos

Lembre-se que no ciclo hidrológico, uma parte da água superficial penetra nas rochas permeáveis formando vastos lençóis freáticos também chamados de aquíferos.

O maior aqüífero conhecido do mundo, o Aqüífero Guarani, está localizado em rochas da Bacia Sedimentar do Paraná e ocupa uma área de mais de 1,2 milhões de km2. Este super-aquífero estende-se pelo Brasil, (Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 840.000 Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina, (255.000 Km²).

Este aqüífero pode conter mais de 40 mil quilômetros cúbicos de água o que é superior a toda a água contida nos rios e lagos de todo o planeta. Somente este fato poderia significar que o abastecimento de água Brasileiro estaria garantido , sem reciclagem e reaproveitamento por milhares e milhares de anos...imagine então se fizermos uma reciclagem, tratamento e reaproveitamento eficientes...teremos água para todo o sempre.

Estima-se que por ano o Aquífero Guarani receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional vindas da superfície. Este é um ponto que pode ser considerado um problema ou uma solução. Se estas águas superficiais estiverem contaminadas   o aquífero será terrivelmente atingido. receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional vindas da superfície. Este é um ponto que pode ser considerado um problema ou uma solução. Se estas águas superficiais estiverem contaminadas   o aquífero será terrivelmente atingido.

A água do Guarani já abastece muitas comunidades nos Estados do Sul-Sudeste do País.

Reservatórios subterrâneos de água potável são conhecidos em todos os terrenos e regiões do Brasil. Mesmo no semi-árido do Nordeste existem gigantescos reservatórios. Somente um deles possui um volume de 18 trilhões de metros cúbicos de água disponível para o consumo humano, volume este suficiente para abastecer toda a atual população brasileira por um período de, no mínimo, 60 anos isso sem reciclagem ou reaproveitamento desta água.

O potencial de descoberta de novos aquíferos, inclusive maiores do que o próprio Guarani é muito grande. É só lembrar que 3/4 dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície Brasileira correspondem a Bacias Sedimentares como a do Paraná. Todas estas bacias contém unidades sedimentares porosas e permeáveis que podem formar excelentes aquíferos de dimensões continentais.

Em sondagens profundas (>400m) na Bacia do Amazonas (PA) podemos constatar esta verdade. Intersectamos um gigantesco aqüífero com artesianismo que até hoje fornece água ininterrupta à comunidade da Transamazônica. Este reservatório, ainda não mapeado, foi intersectado em poucos furos distantes dezenas de quilômetros o que dá uma idéia de seu volume.

Mais interessante ainda é que os aquíferos tem uma água pura, sem poluentes ou contaminantes podendo ser utilizada diretamente para consumo. Em outras palavras uma água barata e pura que não necessita de tratamento.

Conclusão 2: O Brasil tem, provavelmente, as maiores reservas de água do mundo. Estas reservas estão distribuídas em todo o Território Nacional. O mapeamento dos principais mananciais subterrâneos do Brasil deve ser uma prioridade. Mais ainda é fundamental que seja monitorada a qualidade da água que penetra nos aquíferos evitando, por intermédio de pesadas multas, a poluição e contaminação desta água o que pode comprometer um dos maiores bens do País.

Reservas alternativas de água

A única maneira de acabar com a água da Terra é acabando com o planeta.

A água está presente em praticamente todos os ambientes conhecidos. Na atmosfera, na superfície, nos aquíferos subterrâneos, nos seres vivos, nas emanações vulcânicas e também na maioria das rochas.

As rochas da crosta terrestre são ricas em minerais hidratados. Se alguém tiver interesse em calcular a quantidade de água encerrada na estrutura de minerais formadores de rocha verá que o volume é simplesmente imenso. É lógico que , nas condições atuais essas reservas são apenas teóricas, já que o custo da extração desta água será muito elevado e anti-econômico. No entanto esta tecnologia poderá ser útil na conquista de planetas com pouca água como Marte.

Soluções mais óbvias que estão sendo ou serão praticadas em breve são:

Dessalinização: A dessalinização das águas do mar e de aquíferos subterrâneos com salinidade elevada será a solução para vários países que tenham o capital, a tecnologia e o acesso à água salgada. Infelizmente a água potável gerada por estas usinas ainda será um produto caro e, naturalmente inacessível a muitos.

Tratamento de águas servidas: No processo de gerenciamento de águas este é um ponto fundamental. Os países mais desenvolvidos estão investindo pesado nesse campo. No Brasil cidades como Brasília estão se destacando no tratamento e reaproveitamento dessas águas.

Captação das águas da chuva: Em países com estações chuvosas é possível maximizar os reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água de precipitação.

Por exemplo: somente a água que é precipitada na Grande S. Paulo durante os meses de janeiro a março é superior em volume a todo o consumo desta cidade em um ano. Este exemplo é válido para quase todos os locais onde existem estações chuvosas.

Conclusão final: A água da terra não está acabando. Na realidade a água da superfície terrestre pode estar aumentando pela adição de água vulcânica. O valor da água deverá aumentar consideravelmente pois existem países carentes que terão que utilizar tecnologias caras ou importar água de países ricos. O Brasil não deverá ter problema de falta de água se os governantes investirem adequadamente no gerenciamento, armazenagem, tratamento e distribuição das águas. Evitar a poluição das águas deve ser considerada a prioridade número um dos Governantes.

Fonte: geólogo.com.br

Saiba mais sobre:

Dia Mundial da água

Dia do Rio

Ano Internacional da água doce - 2003


Melhores projetos ambientais do ano  - Água que puxa água (Minas Gerais)

Há alguns meses, o agricultor Leonardo Oliveira, do município de Minas Novas, não via uma gota d’água cair do céu. Na terra seca, repleta de sulcos causados pela erosão, repousavam os restos de um milharal que nem chegou a brotar direito. Tudo indicava que Leonardo seria mais um dos milhares de agricultores que todos os anos abandonam o campo para tentar a sorte em uma cidade grande. Seria. Graças à construção de barraginhas – como o nome diz, mini barragens -, um projeto desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a EMBRAPA, essa história teve um fim diferente. “Pensei em ir embora, mas, com a construção da barragem, resolvi esperar para ver se a situação melhorava”, diz Leonardo. E melhorou. “Hoje, não saio mais daqui. Nossa esperança voltou”.
O projeto da EMBRAPA se baseia em uma idéia simples e genial: construir miniaçudes ao longo dos sulcos das enxurradas para coletar as águas das chuvas, evitando com que elas se percam como vinha ocorrendo há décadas. Como o desmatamento intensivo. Muitas terras em todo país ficaram compactadas. Diminuindo a capacidade de infiltração de água pelo solo. É como se o terreno fosse um telhado, onde a água da chuva cai e já vai escorrendo, causando a famigerada lixiviação – a lavagem dos nutrientes do solo cada vez mais erodidos, secos e improdutivos.
“O que se vê é que, em muitas áreas, a seca não é um problema decorrente da falta da água, mas sim, do não aproveitamento”, afirma o engenheiro agrônomo Luciano Córdoba de Barros, coordenador do projeto. Um exemplo: Minas Novas, onde, só no ano passado foram construídas 250 barraginhas, a quantidade anual de chuva passa dos 1000 milímetros (aproximadamente cinco vezes mais do que nas regiões secas do Brasil). O problema é que as chuvas estão concentradas em apenas três meses do ano. Por isso, uma solução seria impedir o desperdício da água da chuva, dando a ela um destino útil.
É aí que entram as barraginhas. Ao armazenar água das enxurradas, os miniaçudes permitem que o líquido vá se infiltrando lentamente na terra, provocando o rejuvenescimento dos lençóis subterrâneos e recuperando a umidade dos solos, que voltam a ser recobertos pela vegetação. Além disso, e de imediato, as pessoas ganham uma fonte de água de que antes não dispunham, podendo usá-la para irrigação. “Antes eu não tinha essa horta aqui, não. Já havia tentado, mas o sol vinha e a água ia embora”, diz a agricultora Maria Oliveira Ferreira. E tem mais. Ao furar uma cisterna perto da barragem, evitam as penosas caminhadas até os açudes, onde conseguem água quase sempre contaminada, e deixam de depender de caminhões pipas.
Os caminhões pipa, aliás, dão uma boa medida da eficácia das barraginhas. Cada uma delas retém, em média, 1000 milímetros cúbicos de água por ano, o que equivale á capacidade de cem caminhões pipa. Ou seja, com as 250 barragens construídas em 2002, nada mais, nada menos que o volume de 25 mil caminhões pipa de água foi revertido de forma correta para o solo de Minas Novas. O custo foi mínimo: 300 reais por barraginhas – que requer cerca de duas horas de trabalho de um trator para ficar pronta. Outro mérito do programa á a mobilização da comunidade. Em Minas Novas, por exemplo, foi à própria população que optou por investir as verbas da cidade na construção das barraginhas. No total, o projeto já construiu, desde 1995, 25 mil miniaçudes em Minas Gerais, sendo que mais de 10 mil deles estão na região do projeto piloto, em Sete Lagoas.
De uma só tacada, portanto, o projeto atua em várias frentes: recuperação dos lençóis subterrâneos, rejuvenescimento dos solos, melhora da saúde pública, aumento da produção, redução do êxodo rural e organização das comunidades. Não é à toa que ele foi escolhido o grande vencedor de 2003 no Prêmio Super Ecologia. “esse é o nosso tesouro”, diz Telma Blandina Wenceslau, prefeita de Minas Novas. “as pessoas estão adquirindo nova concepção: resguardar o meio ambiente, e não apenas suga-lo. Como diz um ditado muito popular nas regiões áridas: água puxa água. Que essa fonte continue a jorrar.

Hidrelétricas Ecológicas (Rio Grande do Sul)

O prêmio que a Construções Camargo Corrêa ganhou vai para os 1200 trabalhadores que estão construindo a Usina Hidrelétrica do Rio das Antas, no município de Veranópolis, na serra Gaúcha, e para todos os que participaram do erguimento de outras hidrelétricas com igual respeito ao meio ambiente. Não deve ser fácil minimizar vazamentos corriqueiros de óleo quando se está trabalhando com estruturas gigantescas, capazes de perfurar túneis em rochas e modificar o trecho de um rio – como vai ocorrer com o Rio das Antas para que a usina, que terá capacidade de gerar energia para uma cidade do porte de Florianópolis, seja construída.
Durante as obras, Denício Regazini, operador de um trator de lâmina, viu estourar a mangueira de óleo de sua maquina – aliás, um problema freqüente em máquinas de grande porte. “meu coração disparou quando vi o líquido escorrendo pelo solo”, afirma.
Eles sabem que 1 litro de óleo diesel pode comprometer até um milhão de litros de água. Sugeriu entã9o, à Camargo Corrêa que cada operador de máquina tivesse, entre os seus equipamentos, uma lona plástica para, em caso de acidente, o óleo ser detido ali. A idéia foi acatada. Antes, e nem faz tanto tempo assim, cavava-se um buraco no solo e era ali mesmo que o óleo derramado seria deixado.
Para minimizar o impacto ambiental da construção de uma usina hidrelétrica, a Camargo Corrêa investiu pesado em maquinário e na conscientização ambiental dos trabalhadores das cinco obras de hidrelétricas brasileiras das quais está à frente. “Queremos garantir a contenção ampla e irrestrita de vazamentos de óleo e de outros materiais que contaminam o solo a as águas”, diz Maria de Lourdes Kuller, consultora de meio ambiente da empresa. Em Rio das Antas, opera, além de uma usina compacta de tratamento de esgoto, uma máquina que recicla concreto. Ela separa a água contendo resíduos de concreto proveniente da lavagem do maquinário. O concreto separado é reaproveitado e a água reutilizada para lavar novamente o maquinário.
Outra solução para que a obra não contamine o meio ambiente está na oficina das máquinas. Ali, foi construída uma espécie de caixa em concreto para separar o óleo de toda água resultante da lavagem das máquinas. Com densidade mais leve, o óleo permanece na superfície, enquanto a água escoa por uma passagem no fundo da caixa. O óleo coletado é vendido para empresas que reutilizam este material.
Medidas como investir numa recicladora de concreto são fundamentais. Mas só ganham força com o empenho de cada um dos trabalhadores envolvidos na obra. Com a atenção redobrada e a troca de idéias, eles estão conseguindo mais que atender às licenças ambientais de construção. Em Rio das Antas, por exemplo, dos 140 hectares da mata autorizados para desmatamento, apenas 34 foram retirados – garantia de preservação das encostas e me menos erosão de solo.

Água limpa para o rio (Santa Catarina)

A poluição causada pela industria carbonífera é um dos mais graves – e menos conhecidos – problemas ambientais que o Brasil enfrenta. A produção de carvão chegou a matar, por exemplo, trechos do rio Mãe Luzia, o principal da região de Criciúma, em santa Catarina. Naquela área, atuam empresas que, juntas, respondem pela maior parte da produção de carvão do país. Mas um sistema desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental e Tecnológica (IPAT), da Universidade do Extremo Sul Catarinense, está conseguindo evitar que águas ácidas e com alto teor de metais cheguem ao leito do rio. O primeiro passo está na aplicação de cal aos efluentes, o que neutraliza a acidez e auxilia na remoção dos resíduos metálicos.
A extração de carvão vegetal pode ser danosa ao meio ambiente porque, durante o processo, pode haver a produção de ácido sulfúrico. Para servir de combustível, o carvão é extraído de áreas situadas a 150 metros abaixo da terra, num árduo e perigoso trabalho humano. Ocorre que ele tem, em sua estrutura geográfica, um mineral chamado pirita, que é composto por enxofre. Em contato com a água e com o sar, o enxofre oxida e gera ácido sulfúrico. O ácido interage com superfícies rochosas e libera metais pesados como zinco, cromo e cádmio, perigosos para qualquer forma de vida. O problema é que a industria carbonífera utiliza água ao longo de todo processo produtivo.
Preocupados com o comprometimento cada vez maior dos cursos d’água, técnicos do IPAT desenvolveram um sistema para remover os metais e neutralizar os efluentes. A estação piloto funciona no pátio de estocagem da empresa Carbonífera Metropolitana, em Siderópolis. Toda água do pátio é escoada e bombeada para três tanques. Neles, a acidez do efluente é controlada com a aplicação de cal. “A cal também precipita os metais para o fundo dos tanques”, afirma o engenheiro de minas Carlyle de Menezes, que idealizou o sistema. Com o auxílio de reagentes, os metais aderem a bolhas de ar injetadas durante o processo. O que estava no fundo passa a boiar e, assim, pode ser recolhida da superfície da água. O resíduo segue, então, para um aterro controlado.”Estudos estão sendo feitos para que esse material seja aproveitado pela indústria de cerâmica”, diz Carlyle.
A Carbonífera Metropolitana consegue tratar até oito mil litros de água por hora que, antes, desaguariam no Mãe Luzia. Ainda não é suficiente para resolver o problema. Toda água em contato com a produção do carvão tem de ser tratada antes de rejeitada. Por enquanto, apenas a água do pátio de estocagem tem destino certo. Mas essas medidas provam que existe, sim, uma solução de baixo custo para minimizar os impactos ambientais. “Até 2005, conseguiremos tratar, com esse sistema, todo efluente de nosso processo produtivo”, afirma o engenheiro Giovano Izidoro, do departamento de Meio Ambiente da Carbonífera Metropolitana. Os rios catarinenses saem vitoriosos.
 

IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

By RIO TIETÊ

Blog: S.O.S. RIO TIETÊ